Esquema tucano
O ex-prefeito de Presidente Venceslau, Ângelo César Malacrida, depôs na CPI da CDHU, na quarta-feira (14/10), e confirmou que havia um esquema pronto para que algumas empresas vencessem as licitações destinadas à construção de unidades habitacionais no Oeste Paulista, por meio de convênios entre prefeituras e a CDHU.
Em sua explicação, Malacrida disse que as empresas vencedoras dos certames licitatórios já vinham com um pacote pronto para eliminar possíveis concorrentes.
Segundo o ex-prefeito, havia um pacote pronto para eliminar possíveis concorrentes e que o município de Presidente Venceslau, assim como a maioria dos municípios da região, tem déficit habitacional e que, portanto, tinha o interesse pelos projetos da CDHU.
Malacrida, que governou a cidade entre 2005 e 2008, foi eleito pelo PT. Sua convocação foi pedida da base governista, com a aprovação dos deputados Enio Tatto e Antonio Mentor, não se opuseram a convocação numa demonstração de que querem apurar as irregularidades sejam quem forem os responsáveis. A convocação de Ângelo Malacrida, assim como a de Gabriel Vassilios Péras, ex-prefeito de Narandiba (também eleito pelo PT), foi proposta pelo PSDB como tentativa de intimidar os deputados petistas.
Para decepção dos deputados da base governista, nos dois depoimentos dos ex-prefeitos ficou claro que ambos não tiveram qualquer envolvimento com a chamada Máfia das Casinhas e que não foram sequer citados em nenhuma das investigações do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo.
Depoimento de Malacrida
Em seu depoimento, Malacrida informou que, na ocasião do escândalo, ficou sabendo das denúncias pela imprensa e que preocupado chegou a consultar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para que analisassem as construções, pois temia pela segurança das famílias, entretanto desistiu da idéia frente ao elevado custo. Para tranqüilizar os moradores das 125 unidades foi feita uma análise com os técnicos da própria Prefeitura e, mais tarde, conseguiu que a CDHU analisasse as construções. Os defeitos identificados foram corrigidos por um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Prefeitura, CDHU e Ministério Público.
Malacrida esclareceu que a responsabilidade técnica das edificações era da empresa contratada pela CDHU para fazer a fiscalização da obra, ou seja, o Consórcio Maxihabi informação confirmada pelo contrato da CDHU com o Consórcio.
Para Enio Tatto, a base governista insiste em procurar problemas onde não tem e em investigar casos já esclarecidos pela Justiça, inclusive com a condenação de diversas pessoas, ao mesmo tempo que não quer avançar e mostrar os reais problemas da CDHU. Não querem, por exemplo, ouvir o ex-presidente da Companhia, Goro Hama, assim como diversos outros ex e atuais diretores. Assim como não admitem sair do âmbito do caso do Oeste Paulista, explica Enio.
*com informações da assessoria de deputado Enio Tatto e Agência Alesp
