Serra se omite diante da “insegurança” pública que toma conta do Estado

10/03/2009 16:19:00

Omissão do governador

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As manchetes dos jornais têm destacado diariamente os absurdos que acontecem no Estado de São Paulo com relação à Segurança Pública: corrupção com a venda de cargos de delegados envolvendo ex-secretário adjunto, roubo de armamentos pesados, gastos irregulares na Secretaria, maquiagem das estatísticas criminais, descaso com as reivindicações dos policiais civis e militares, aumento crescente dos crimes e da criminalidade, entre outros.

Diante destas denúncias, José Serra se omite. “O governador finge que a questão da Segurança Pública não é problema seu”, destacou o deputado petista Vanderlei Siraque na tribuna do Plenário, nesta terça-feira (10/3), ao cobrar uma atitude do governador para a solução dos problemas.

“O governador Serra é quem nomeia secretários e secretários-adjuntos. O mínimo que se espera é que ele se pronuncie diante dos graves acontecimentos”, enfatizou o deputado do PT.

Desde o último dia 5 de março/2009, a Bancada do PT colhe assinaturas para protocolar pedido de CPI para investigar as denúncias de esquema de corrupção na Polícia Civil, com envolvimento do ex-secretário adjunto de Segurança Pública, Lauro Malheiros Neto. No entanto, mais uma vez, os deputados da base governista boicotam o pedido e não assinam. Desta forma, o PT não consegue o número suficiente de assinaturas (32) para protocolar o pedido.

“A oposição é impedida de fazer a fiscalização das ações do Estado, por meio da CPI. O governador pressiona sua base aliada para que não haja investigação no seu governo”, destaca Siraque.

Assaltos de armamentos pesados

Pouco mais de 72 horas após o roubo de 111 armas do Centro Tático de Treinamento de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, ladrões atacaram, ontem (9/3), o 6º Batalhão de Infantaria Leve de Caçapava, no interior do Estado, levando sete fuzis. (leia matéria no final da página)

Outro caso de omissão do Estado, é destaque em matéria do jornal Diário de S. Paulo (10/3/2009): Hospital da PM agoniza com falta de médicos e serviços.

A matéria destaca a desativação do setor de psiquiatria do Hospital da Polícia Militar no Barro Branco, Zona Norte da capital, mesmo diante das pesquisas feitas por representantes da categoria apontarem que 60 mil dos 94 mil PMs sofrem algum tipo de distúrbio psicológico. O hospital tem falta de médicos, enfermeiros, auxiliares, assistentes sociais, fonoaudiólogos e serviço de farmácia também fechou.

Folha de S. Paulo -10/3/2009

Ladrões invadem quartel e roubam fuzis

 

 

Um grupo armado invadiu na noite de anteontem um quartel do Exército em Caçapava (116 km de SP), rendeu os militares que faziam a segurança das instalações e roubou sete fuzis -armas usadas para atacar veículos blindados, como carros-fortes, e para proteção e ataque de áreas nas disputas entre traficantes, sobretudo no Rio.

Esse foi o segundo roubo de armas de grande poder letal em menos de uma semana em São Paulo. O governo de São Paulo colocou as polícias Militar e Civil para ajudar o Exército a localizar suspeitos do roubo. Segundo nota do Comando do Exército, após um “breve confronto” com assaltantes, um dos militares ficou ferido, mas ele não corre risco de morte. Ninguém havia sido preso e nenhuma arma foi recuperada até a conclusão desta edição.

Pelo menos cinco assaltantes participaram do roubo, segundo a Polícia Civil de Caçapava. Armados de pistolas e revólveres, eles renderam um sentinela que fazia a ronda. Depois, seguiram para uma área usada para descanso dos soldados e renderam outros seis. Um dos militares foi agredido com uma coronhada na cabeça.

O depósito de armas do local, segundo o Comando Militar do Sudeste, não chegou a ser invadido pelos criminosos.

O Exército não quis comentar as condições de segurança do quartel de Caçapava. O Exército informou que vai apurar como os bandidos tiveram acesso ao prédio. Uma das possibilidades é que eles tenham entrado pelos fundos do quartel, onde a proteção da área é feita por uma cerca de arame farpado com menos de um metro de altura.

Como se trata de crime militar, as investigações são conduzidas pelo próprio Exército. De acordo com um coronel ouvido pela Folha, a investigação será “rigorosa e profunda” para tentar identificar os envolvidos. O ataque foi considerado uma afronta por se tratar de uma unidade importante “de maneira indelével na história militar do Brasil” por sua atuação em guerras e revoluções

Alerta

Outros 22 fuzis também haviam sido levados de um centro de treinamento em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, na última quinta-feira. Na ocasião, os criminosos também levaram 89 pistolas. Esse centro roubado na semana passada, o CTT (Centro de Treinamento Tático), pertence a um policial civil de São Paulo e é utilizado pelos órgãos de segurança para treinamento. Além disso, fica dentro do terreno da maior fabricante de munição do país, a CBC. O Comando Militar disse que é cedo para saber se há ligação entre os dois casos, mas, por precaução, foi dado um alerta para que a atenção seja redobrada no Estado. De acordo com o coronel, esses casos são considerados extremamente raros e devem ser respondidos exemplarmente. Segundo ele, o último deles ocorreu em 2006, no Rio de Janeiro, quando bandidos armados levaram dez fuzis e uma pistola de um quartel em São Cristóvão (zona norte do Rio). Em resposta ao roubo, o Exército montou uma megaoperação com mais de 1.200 homens para recuperar as armas. A ação durou mais de dez dias. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que ainda não conseguiu prender nenhum suspeito do roubo em Ribeirão Pires. A pasta informou ainda que o secretário Ronaldo Marzagão está acompanhando pessoalmente o assunto, pela “grande preocupação” causada pelos acontecimentos.

 

 

 

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