Crime organizado
O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, afirmou que o Estado de São Paulo “estava de joelhos para o crime organizado” antes de seu retorno à pasta, em junho de 2006. O governador da época a que ele se refere era seu atual chefe, Geraldo Alckmin (PSDB), e a secretaria estava sob comando do ex-juiz Nagashi Furukawa.
A afirmação foi feita durante audiência pública sobre o sistema prisional, na terça-feira (31/5), no auditório da sede do MPE (Ministério Público do Estado) de São Paulo.
Nesse período, segundo Gomes, “preso líder de facção criminosa andava mais de avião do que o governador” e o governo “dava concessões” para detentos sob castigo no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em que presos não têm direito à visita íntima.
“Na saída temporária, no RDD tinha o dia do abraço. Eram concessões feitas para agradar o crime organizado.
Ao falar sobre o que definiu como “uma minoria de funcionários corruptos”, Gomes disse que o crime organizado “quer eliminá-lo”.
Em 2000, Furukawa demitiu Gomes da chefia da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários).
Em seus cinco anos à frente da Coespe, 1.100 traficantes escaparam das prisões, segundo uma CPI estadual do sistema prisional.
Em maio de 2006, quando houve os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), Furukawa deixou o cargo. Ele foi substituído pelo hoje secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto e Gomes foi nomeado adjunto.
Procurado, o ex-secretário Nagashi Furukawa disse que “a crítica que o secretário Lourival Gomes fez não é dirigida a mim, e sim ao governo anterior, comandado por Geraldo Alckmin. Portanto, creio que a palavra está com o governador.”
O governador Geraldo Alckmin disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar as declarações de seu secretário.
fonte: Agora 5/6/2011
