Fórum
Representantes dos 14 países da América Latina e do Caribe que participaram do 1º Fórum da Frente Parlamentar Contra a Fome, ocorrido quinta (4) e sexta-feira (5) na Assembleia Legislativa de São Paulo, encerraram as atividades do encontro com a redação e aprovação de uma declaração final que pontua os compromissos fechados entre os participantes para dar seguimento ao esforço em torno da criação de novas e melhores formas de lutar contra a desnutrição nas Américas. O próximo encontro, avalia o deputado Simão Pedro, anfitrião dos parlamentares latino-americanos no Brasil ao lado do deputado federal Nazareno Fonteles, deverá ocorrer ano que vem e servirá para avaliar as medidas concretas adotadas em cada país.
O mais importante dentre os pontos abordados pelo documento é o compromisso de que os parlamentares criem em seus próprios países uma Frente Parlamentar Contra a Fome para dar força à discussão de ações práticas, como a inclusão do direito humano à alimentação na Constituição, por exemplo. Percebo que todos que participaram saem daqui muito animados para discutir soluções, o que é ótimo. Devemos esperar bons frutos para a próxima reunião, diz Simão. Outros itens aprovados na declaração incluem trazer a sociedade civil para o debate, impulsionar a agricultura familiar e fortalecer os laços Sul-Sul (entre as nações em desenvolvimento) para acumular experiência também com países de fora da América Latina.
Além dos deputados e senadores latino-americanos, participaram dos dois dias de debate líderes comunitários, organizações da sociedade civil e comunidades como a indígena, com representações Guaranis e Tucararus. O vereador Zé Rodrigues, de Eldorado, no interior de São Paulo, é quilombola e acompanhou o resultado da discussão. Percebemos a importância que se dá à discussão pela quantidade de parlamentares presentes. É um encontro que fomenta mais do que o combate à fome, um problema urgente, todas as questões sociais. Para nós quilombolas, por exemplo, os temas mais importantes são a sustentabilidade e a agricultura familiar, assuntos que também foram abordados, destaca o parlamentar.
Apesar de voltado a deputados da esfera federal dos países participantes, diversos vereadores acompanharam o evento. Marisa de Sá, de Guarulhos, acredita que as discussões também contribuem para o nível municipal. Lá na nossa cidade, por exemplo, precisamos explorar a valorização da agricultura urbana e familiar. Isso pode ser trabalhado com hortas nas escolas, nos espaços da cidade, nos quintais das casas, afirmou. Em Guarulhos, por lei de sua autoria, os alunos das escolas têm alimentação, no mínimo, duas vezes por dia, e das creches, seis refeições. Marisa é autora ainda de proposta para que a merenda seja toda produzida com produtos cultivados em municípios da região da bacia do Alto Tietê.
