Governador tem que resolver de imediato a questão salarial dos policiais

12/08/2008 16:24:00

Segurança pública

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Indignados, os policiais civis do Estado argumentam em panfleto de greve, anunciada para quarta-feira (13/8), que: “Não dá mais para agüentar. Já tentamos de tudo e o Governo não nos atende. Não nos respeita. A  Secretaria disse que concedeu, no ano passado, aumento de 23%, alguém recebeu?”, questiona os sindicatos representantes das categorias.

A Bancada dos deputados do PT na Assembléia  apóia a luta do funcionalismo público por melhores salários e valorização das carreiras e, neste momento, em especial está ao lado dos policiais na defesa da reposição de suas perdas salariais. “O governador José Serra precisa sensibilizar-se e resolver de imediato esta questão, porque o policial é fundamental para a sociedade e merece todo respeito, dignidade e tranqüilidade para exercer sua atividade”, salientou o líder da Bancada, deputado Roberto Felício.

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, José Martins Leal, afirmou que as propostas apresentadas pela Secretaria de Gestão Pública, na noite de segunda-feira (11/8), para suspender a greve dos policiais não contemplam as expectativas da categoria. O delegado-geral da Polícia Civil, Maurício José Lemos Freire, e representantes do movimento grevista desejam negociar diretamente com o governador, José Serra. “O governador não nos recebeu. Mas é ele quem decide tudo”, disse Freire.

Deputados estão solidários

Em Plenário, nesta terça-feira (12/8), os deputados petistas Hamilton Pereira, Marcos Martins e Mário Reali, pronunciaram-se solidários aos policiais. Hamilton afirmou que “a segurança pública é preocupação constante da população paulista, aparecendo em todas as pesquisas de opinião junto a população mas, infelizmente, essa voz não tem eco junto ao governo Serra”. Ele afirmou que os delegados, escrivães e investigadores paulistas são “os mais mal pagos do Brasil” e denunciou que os policiais civis estão sendo pressionados, sob ameaça de inquérito administrativo e transferência de cidades, a não aderir ao movimento grevista.

O deputado Mário Reali criticou a política de gratificações do governo tucano e disse que é urgente a criação de uma política séria salarial para o funcionalismo estadual. “É uma vergonha o Estado de São Paulo, o estado mais rico da nação, pagar os piores salários no setor da segurança. Sabemos muito bem que para se prestar um serviço público de qualidade é fundamental a valorização dos servidores em todas as áreas”, declarou o deputado. 

Marcos Martins enfatizou que os policiais civis e militares do Estado necessitam de reconhecimento e o governo tucano tem que dar mais atenção a esse ser fundamental, que é a polícia.

Os policiais reivindicam recomposição das perdas salariais, valorização das carreiras policiais civis e reestruturação da Polícia Civil com participação da categoria na discussão do projeto.

Em carta aberta à população, entidades representantes dos policiais questionam: “A quem interessa uma polícia ineficente? A quem interesse uma polícia desmotiva? A quem interessa uma polícia desmoralizada?” Em outro material, as entidades de policiais que estão convocando a manifestação afirmam: “Policial que não luta pelo salário não precisa dele!”.

Serviços essenciais garantidos

A Polícia Civil do Estado preparou uma cartilha para orientar a categoria sobre os procedimentos que deverão ser adotados durante a possível greve. Ela ressalta que serão mantidos apenas os serviços essenciais no dia-a-dia das unidades policiais.

Segurança é problema grave no Estado

“A questão da violência é grave no Estado de São Paulo e precisa ser atacada em todas as suas vertentes, que passam desde a valorização do trabalho policial até a aplicação de uma política séria de segurança pública”, afirma o líder petista, Roberto Felício.

Leia abaixo reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo (12/8/08), que trata das questão dos furtos na capital.

Polícia registra um furto a cada 4 minutos em São Paulo

Batedores de carteira e de celular, especializados em agir em multidões, fazem uma vítima a cada quatro minutos na capital paulista. O número é referente às estatísticas de furtos registrados pela polícia que estão no site da Secretaria da Segurança Pública. Entre janeiro e junho, foram 75.944 casos, uma média de 417 ocorrências por dia, 17 por hora. As notificações somam 1,2 milhão nos últimos oito anos.

Os dados mostram que essa modalidade criminal ganhou força saindo de 107.555 casos, em 2000, para 148.305 no ano passado – aumento de 37,8% no período. A série histórica, que não engloba os carros e motos furtados, teve o pico em 2005, quando foram 176.181 boletins de ocorrência sobre furtos registrados. Desde então, a tendência é de queda, mas números recentes ainda mostram excessos, sempre acima dos 140 mil casos por ano.

Estudo do Núcleo de Estudos da Violência da USP relaciona a escalada dos furtos à melhora da condição de vida do paulistano. Na publicação Olhar sobre São Paulo, os pesquisadores ressaltam que a criminalidade sempre é associada à pobreza, mas o fenômeno também está atrelado à riqueza. ?As pessoas agora circulam com objetos de maior valor – celular, notebook, acessórios de marca -, o que atrai o bandido?, afirma o sociólogo do Núcleo, Marcelo Batista Nery.

A divisão por bairros indica que as áreas com maior aglomeração de pessoas, e também as mais favorecidas economicamente, são os principais alvos dos furtos. Sé, Santa Ifigênia, Perdizes, Lapa, Santo Amaro, Pinheiros e Itaim Bibi, lideram, nessa ordem, as ocorrências. A Polícia Militar já fala até na ?volta do trombadão?. Isso porque o atual perfil do autor desse crime é de homens e mulheres mais velhos, que não estão mal vestidos e aproveitam a aglomeração para atacar as bolsas e bolsos dos desprevenidos.

 

 

 

 

 

 

 

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