Escândalo na educação
A Bancada do PT vai entrar com representação no Ministério Público Estadual contra o governo do Estado por causa do livro distribuído às escolas como material de apoio para alunos do 3º ano do ensino fundamental, na faixa de 9 anos de idade. É difícil escolher qual é a página mais grosseira, preconceituosa e violenta entre as 110 páginas da cartilha “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, da Editora Via Lettera.
Estou indignada com o conteúdo absolutamente incorreto e inadequado deste material, disse em plenário a deputada Beth Sahão. É a pedagogia do palavrão, a pedagogia dos opressores que vai contra a nossa Constituição cidadã, denunciou Vanderlei Siraque.
A cartilha com conteúdo explicitamente pornográfico, machista e violento reúne histórias em quadrinhos produzidas por diferentes cartunistas com temas relacionados ao futebol. Os 1.216 exemplares distribuídos seriam utilizados para a alfabetização de estudantes que participam do Programa Ler e Escrever, anunciado como uma das grandes iniciativas do governo Serra na educação.
É uma história em quadrinhos justamente para não ir para escola. Têm de ter critério para ver qual quadrinho colocar. O cara que escolheu não leu o livro, lamentou o cartunista Caco Galhardo, autor da história mais criticada do livro, que ilustra reportagem nesta terça-feira no Jornal Folha de São Paulo.
A Secretaria da Educação limitou-se a publicar nota informando que fará sindicância para apurar responsabilidades. Este não é o primeiro caso envolvendo material didático enviado às escolas com erros graves. Em março, alunos da sexta série receberam livros em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa, uma linha do tempo informava que Cristóvão Colombo havia chegado a América em 1942, em plena II Guerra Mundial, e outros equívocos.
Também por causa de material didático, a gestão de José Serra já é alvo de representação no Ministério Público Estadual, encaminhada por conta de contrato entre a Fundação Para o Desenvolvimento da Educação e a Editora Abril. Não houve licitação para o contrato de 3,74 milhões, firmado em outubro de 2008.
Leia aqui a reportagem publicada na Folha SP distribui a escolas livros com palavrões

