Governo distribui livros com palavrões para ensino básico

19/05/2009 17:21:00

Escândalo na educação

 

 

A Bancada do PT vai entrar com representação no Ministério Público Estadual contra o governo do Estado por causa do livro distribuído às escolas como material de apoio para alunos do 3º ano do ensino fundamental, na faixa de 9 anos de idade. É difícil escolher qual é a página mais grosseira, preconceituosa e violenta entre as 110 páginas da cartilha “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, da Editora Via Lettera.

“Estou indignada com o conteúdo absolutamente incorreto e inadequado deste material”, disse em plenário a deputada Beth Sahão. “É a pedagogia do palavrão, a pedagogia dos opressores que vai contra a nossa Constituição cidadã”, denunciou Vanderlei Siraque.

A cartilha com conteúdo explicitamente pornográfico, machista e violento reúne histórias em quadrinhos produzidas por diferentes cartunistas com temas relacionados ao futebol. Os 1.216 exemplares distribuídos seriam utilizados para a alfabetização de estudantes que participam do Programa Ler e Escrever, anunciado como uma das grandes iniciativas do governo Serra na educação.

“É uma história em quadrinhos justamente para não ir para escola. Têm de ter critério para ver qual quadrinho colocar. O cara que escolheu não leu o livro”, lamentou o cartunista Caco Galhardo, autor da história mais criticada do livro, que ilustra reportagem nesta terça-feira no Jornal Folha de São Paulo.

A Secretaria da Educação limitou-se a publicar nota informando que fará sindicância para apurar responsabilidades. Este não é o primeiro caso envolvendo material didático enviado às escolas com erros graves. Em março, alunos da sexta série receberam livros em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa, uma linha do tempo informava que Cristóvão Colombo havia chegado a América em 1942, em plena II Guerra Mundial, e outros equívocos.

Também por causa de material didático, a gestão de José Serra já é alvo de representação no Ministério Público Estadual, encaminhada por conta de contrato entre a Fundação Para o Desenvolvimento da Educação e a Editora Abril. Não houve licitação para o contrato de 3,74 milhões, firmado em outubro de 2008.

Leia aqui a reportagem publicada na Folha “SP distribui a escolas livros com palavrões”

 

 

 

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