Meio Ambiente
A poluição atmosférica causada pelas indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC pode estar precipitando a formação de doentes de tireoidismo crônico, alerta o deputado Adriano Diogo, que não entende a omissão da CETESB para os graves casos de contaminação do ar nas imediações da Petroquímica na região do ABC.
Um estudo, de 20 anos, da Dra. Maria Ângela Zaccarelli Marino, endocrinologista e professora da Faculdade de Medicina do ABC, revelou a existência de casos de Tireoidismo crônico auto-imune concentrados na divisa dos municípios de Mauá, Santo André e São Paulo.
Adriano Diogo defende que esta pesquisa seja levada ao conhecimento da população, por meio de seminários e audiências públicas que envolvam os órgãos competentes responsáveis.
A tireoidite crônica é uma doença autoimune na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide, levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento de volume da glândula (bócio) e diminuição do seu funcionamento (hipotireoidismo). O distúrbio é mais comum entre as mulheres, principalmente nas que se encontram na meia idade.
Crianças estão desenvolvendo a doença
Segundo Maria Ângela, o interesse pelo desenvolvimento da pesquisa se deveu ao fato de ela ter identificado, em sua atividade médica no ABC, vários casos de diagnósticos da doença em homens. Ela iniciou, em 1992, a contagem de casos e percebeu que a maior parte dos diagnósticos concentrava-se em pessoas de uma mesma região. Foi então que a médica começou pesquisa de campo nos bairros de Capuava, Sonia Maria e Silvia Maria, em Mauá, e Parque São Rafael, em São Paulo.
Os estudos da endocrinologista, realizados no âmbito da Faculdade de Medicina do ABC, indicaram a incidência de vários casos de tireodismo crônico auto-imune também em crianças, principalmente do sexo masculino. Segundo Maria Ângela, a doença pode causar sérios comprometimentos no desenvolvimento infantil, como déficit de crescimento e retardo mental permanente e irreversível, entre outros. Por esta razão é importante que seja feito o diagnóstico precoce nelas.
A endocrinologista disse que as investigações sobre o agente precipitador dos casos de tireoidite crônica na região estudada ainda estão em fase inicial. Segundo ela, existem apenas as referências de trabalhos acadêmicos estrangeiros que fazem a associação da doença com poluentes, especialmente os compostos organoclorados.
*com informações da Assessoria de Imprensa do deputado Adriano Diogo
