Professores são agredidos em sala de aula

02/04/2009 18:59:00

Profissão Perigo

 

 

Os novos casos de violência nas escolas estaduais de São Paulo chamam a atenção pelo grau alarmante das agressões. Na Escola Estadual México, localizada na Vila Joaniza, zona sul da capital, a professora de geografia Sandra Helena Pinto fraturou uma vértebra após ser empurrada por um aluno da 1ª série do ensino médio.

Segundo o Jornal Diário de São Paulo, a professora, que foi atacada no dia 25 de março, ficará afastada por 90 dias das atividades profissionais e terá que usar um colete para sustentar a vértebra fraturada.

Na EE Kakunosuki Hasegawa, em Itaquaquecetuba, uma professora de Educação Física foi agredida a chutes, pontapés e mordidas por um aluno de 13 anos da sétima série. Professora há 15 anos, Sônia foi atacada no dia 13 de março pelo adolescente, que tem antecedentes de agressões a outros funcionários, em frente à turma de 40 estudantes.

Também em Itaquaquecetuba, um professor foi abordado por assaltantes armados dentro da escola onde leciona. Os ladrões levaram o carro, a carteira e o celular do professor.

Mas, o caso que tornou-se símbolo desta epidemia de violência ocorreu em novembro de 2008, quando a EE Amadeu Amaral, considerada modelo pela Secretaria da Educação, enfrentou depredações durante uma rebelião de estudantes, que teve que ser contida pela PM.

Bancada apresenta ações para conter a violência

Pesquisa realizada pela Udemo – Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo -, em abril de 2008, revela que 86% de um total de 683 escolas estaduais pesquisadas relataram algum tipo de violência ocorrida em 2007. O percentual de violência desta pesquisa é similar ao obtido pela Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP – em 2006. Na época, 87% dos professores entrevistados revelaram saber de casos de violência ocorridos na sua escola.

Indiferente ao problema, a Secretaria Estadual da Educação informa que o número de faltas justificadas de professores caiu, graças à lei de 2008 que limitou o número de faltas sem desconto. O governo continua omisso em relação às condições de trabalho e às reais causas das ausências dos profissionais da Educação.

Preocupada com o problema, a Bancada do PT apresentou vários projetos nos últimos anos. O deputado Hamilton Pereira é autor de um projeto (PL 382/1997), que tornou-se lei: o Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária para Prevenção e Combate à Violência, conhecido como “Escola da Família”.

Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, o deputado Simão Pedro apresentou projeto (1386/2007) que institui a Semana de Não-Violência no Estado de São Paulo, com atividades extracurriculares realizadas nas escolas para a promoção da cultura de paz. Também, através da Comissão, o deputado propôs realizar o Seminário Paz nas Escolas, em dezembro de 2008, com a participação de pais, professores, alunos e seus representantes para discutir a violência escolar e projetos para solucionar o problema.

Já o deputado Roberto Felício apresentou, em 2003, projeto (1038/2003) que prevê a adoção de um programa multidisciplinar de paz nas escolas, com a participação comunitária para a prevenção e controle da violência nas escolas da rede pública de ensino de São Paulo. Os projetos não foram deliberados.

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