Escândalo
Uma série de erros gráficos, de informação e de escrita em livros distribuídos pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo virou piada entre os alunos e já é alvo de denúncias em relação aos contratos assinados pela Secretaria.
Uma distinção equivocada entre os conceitos de moral e ética chama a atenção no Caderno do Professor e Caderno do Aluno da disciplina de Filosofia. Segundo os autores do material, moral é o que já foi decidido; ela permite tudo desde que não se desobedeça a princípios, enquanto a ética permite tudo, desde que não se faça mal a ninguém.
Para Mauro Antonio do Nascimento, professor de filosofia na rede estadual e autor do livro Ser e Declínio, os autores do material didático do Estado de São Paulo realizaram uma divisão mecânica e arbitrária entre o que não pode para a moral e o que pode para a ética dentro do campo das circunstâncias.
Além das discussões filosóficas, o erro que ilustra manchete nos principais jornais nesta terça-feira está no livro de geografia distribuído aos alunos da 6ª série, que traz duas vez o Paraguai no mapa da América do Sul e inverte a localização do Uruguai. O erro repete-se no livro do professor.
No mesmo livro, um outro mapa, intitulado Fronteiras Permeáveis, excluiu Equador da América Latina. Este erro é ainda mais grave por induzir o aluno a uma resposta errada. Na página ao lado, a pergunta é: Quais são os países sul-americanos que não fazem fronteira com o Brasil?.
Falta Equador e sobra Paraguai
A geografia às vezes não tem limites, zombou o SPTV 1ª edição nesta terça-feira ao informar sobre o escandaloso livro de geografia distribuído pelo Governo do Estado. O mapa da América do Sul está cheio de erros. Tem país sobrando e país faltando. Impressiona a falta de cuidado, tem até nome de país repetido. E as informações erradas estão chegando para os alunos da rede pública. Bolívia e Paraguai são um país só? E existem dois Paraguais? Olha o outro Paraguai lá embaixo do Rio Grande do Sul, banhado pelo mar, como ele nunca foi., aponta a reportagem.
A Secretaria Estadual da Educação garante que os erros são de responsabilidade da Fundação Vanzolini que produziu o material. A Fundação, por sua vez, diz que o material foi elaborado por professores indicados pela própria secretaria. As informações contraditórias continuam para explicar a dimensão do erro e o destino do material. A Fundação Vanzolini informa que apenas 1,55% dos livros de geografia têm os mapas errados e que avisou os professores e disponibilizou o mapa correto na Internet. Já a Secretaria admite que 500 mil livros foram impressos com o erro e que todos os exemplares distribuídos serão recolhidos.
Não é a primeira vez que alunos da rede estadual de São Paulo recebem materiais didáticos distribuídos pelo governo de José Serra com erros que causam arrepios nos professores. Em julho de 2008, as escolas receberam apostilas com a palavra ensino grafada com c. Ensino virou encino nas apostilas distribuídas pelo governo.
