Sem diálogo: insensatez de Serra leva policiais ao confronto

17/10/2008 15:43:00

Incompetência tucana

Crédito:

 

 

“O que assistimos, na quinta-feira (16/10), não foi um conflito entre as polícias militar e civil, foi um conflito entre o bom senso e a insensatez do governador José Serra”, enfatizou o líder da Bancada do PT, deputado Roberto Felício, nesta sexta-feira (17/10) na tribuna do Plenário da Assembléia Legislativa.

A manifestação dos policiais civis nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, que buscavam o diálogo com o governo do Estado para negociação de suas reivindicações salariais e de valorização de suas carreiras, se transformou em confronto com a PM, que recebeu ordens das autoridades do governo estadual de reprimir a marcha.

Para o líder petista, “o governador Serra irresponsavelmente colocou as duas polícias em confronto. Foi um show de incompetência do governo. Faltou uma coisinha para não acontecer um grave conflito”.

Indignado com as declarações do governador em acusá-lo, e ao PT, de comandar a greve da polícia civil, Roberto Felício disse que “o governador sabe que isso não é verdade. Os policiais estão organizados e apenas entraram em greve somente depois do governo do Estado se recusar a negociar com os policiais, mesmo antes da greve”.

Incompetência do governo tucano

“O que está em questão é a competência administrativa e política do governador José Serra de gerir o destino da população do Estado”, salienta o líder petista. Segundo ele, o melhor que o governador tem que fazer é negociar e ter o mínimo de capacidade gerencial, porque dinheiro há nos cofres estaduais e se o governador não concede reajustes salariais aos servidores “não faz porque não quer”.

No relatório de Gestão Fiscal do quadrimestre de 2008, o governo do Estado de São Paulo contabiliza, até agosto último, R$ 20,4 bilhões em caixa, com um excesso de arrecadação de mais de R$ 4 bilhões, que deverá atingir quase R$ 8 bilhões até o final do ano.

Respeito aos parlamentares

Da tribuna do Plenário, o deputado Roberto Felício pediu ao governador José Serra e aos seus secretários “que nos respeite, como temos respeitados a todos. Não têm o direito de acusar levianamente a Bancada do PT sobre o confronto”.

Também os deputados Simão Pedro, Adriano Diogo e Zico Prado fizeram pronunciamentos na tribuna sobre o conflito entre as polícias e a ação do governador a qual qualificaram de irresponsabilidade e autoristarmo de Serra.

Cronologia da greve da Polícia Civil e ações da Bancada do PT

. 12/8 – A imprensa começa a noticiar a possibilidade de paralisação da Polícia Civil e denuncia que os policiais de São Paulo recebem o menor salário da categoria, na Federação. 

Um delegado no início da carreira ganha R$ 3.708,18 – é o mais baixo piso do país. Nos Estados do Nordeste salário inicial é de R$ 7.085,85.

Os deputados do PT na Assembléia manifestam apoio à luta do funcionalismo público por melhores salários e valorização das carreiras e destacam a necessidade do governador José Serra sensibilizar-se e resolver de imediato esta questão, porque o policial é fundamental para a sociedade e merece todo respeito, dignidade e tranqüilidade para exercer sua atividade.

. 13/8 – As entidades representativas dão início à operação padrão. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, José Martins Leal, afirmou que as propostas apresentadas pela Secretaria de Gestão Pública, na noite de segunda-feira (11/8), para suspender a greve dos policiais não contemplam as expectativas da categoria e as reivindicações do setor não foram aceitas pelo governador.

A Bancada do PT emite nota de apoio ao movimento e as reivindicações da Polícia Civil e cobra do governo a abertura de negociação.

. 19/9 – O governo editou o decreto nº 53444, publicado no Diário Oficial, em que remaneja R$ 37 milhões da Secretaria da Segurança Pública, – sendo R$ 15 milhões da polícia civil e R$ 22 milhões da polícia militar, para  bancar os custos da mudança do prédio do  DETRAN.     

Assim que foi deflagrada a greve, o governo Serra divulgou informe publicitário onde afirma já ter concedido reajustes salariais a policiais civis, militares e técnico-científicos em 2007, informação contestada pelos líderes da polícia.

. 23/9– A Bancada do PT emitiu requerimento de informações aos secretários de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho.

Entre os 17 questionamentos do requerimento encaminhado às secretarias, estão questões relativas à pauta de reivindicações dos policiais civis, como a realização de audiência para a apresentação formal desta pauta e possíveis contrapropostas.

. 15/10, o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, esteve na Comissão de Finanças da Assembléia e foi questionado pelos deputados petistas quanto ao excesso de arrecadação das receitas, em mais de R$ 4 bilhões. O secretário admitiu que há recurso no caixa do Estado e disse que o governo estava oferecendo reajustes para alguns setores. Segundo o secretário, a prioridade do governo está no investimento em obras.

A Bancada questionou também o baixo gasto com pessoal e apontou que há mais de  R$ 5 bilhões de recursos para o governo dar reajuste aos funcionários públicos, sem infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

. 16/10 – Confronto entre as polícias – O líder da Bancada, deputado Roberto Felício, foi até o Palácio dos Bandeirantes, junto com a Comissão de Negociação, buscar o diálogo com o governador e seus interlocutores para resolver o impasse.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *