Caso Delta
Dados apurados pelo Blog Transparência SP revelam que, de 2002 a 2011, a Delta fechou pelo menos 27 contratos (incluindo participação em consórcios) com empresas e órgãos públicos do governo do Estado de São Paulo.
Na lista das empresas estaduais contratantes contam Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Somam cerca de R$ 800 milhões em valores nominais. Em valores corrigidos (considerando a inflação do período) os contratos chegaram a R$ 943,2 milhões.
Dersa contratou a Delta para a Nova Marginal
O maior contrato da Delta com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo foi com a Dersa para executar a ampliação da marginal do rio Tietê, num total de R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos)
Apesar de condenada por ambientalistas, geólogos e urbanistas, a Nova Marginal do Tietê foi anunciada em 4 de junho de 2009, pelo então governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (hoje PSD, na época DEM).
Na época, o portal do governo do Estado de São Paulo informava que o obra estava estimada de R$ 1,3 bilhão, e previa novas pontes e viadutos, plantio de cerca de 83 mil árvores e implantação de ciclovia.
Na defesa da obra o então governador Serra declarou que o tráfego para as rodovias Castelo Branco, Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias, Anhanguera e Bandeirantes teriam o fluxo mais rápido; – e que junto com o Rodoanel e o Complexo Anhanguera, a Nova Marginal aliviaria o trânsito nas principais interligações de bairros de São Paulo e evitaria o trânsito de veículos de passagem por bairros e o centro da cidade.
Deputados acionam MPE para apurar indícios de irregularidades
Os deputados estaduais do PT João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio Tatto protocolaram representação junto ao Ministério Público Estadual para apuração de possíveis irregularidades e ilegalidade em contratos formalizados pela Dersa com empresas e consórcios para ampliação da Marginal do Tietê.
A representação aponta que entre os consórcios envolvidos está a Nova Tietê, que tem como líder a Delta Construções, empresa envolvida na Operação Monte Carlo, que levou à prisão Carlos Cachoeira, seu sócio oculto.
Os parlamentares citam reportagem veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo que revela que o custo da Nova Marginal ficou em R$ 1,75 bilhão, 75% acima do estimado no primeiro orçamento, em 2008. Daria para construir 300 escolas ou sete hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram gastos com a avenida. E vale ressaltar que, até agora, a obra está incompleta.
