Seminário
Os princípios que norteiam o Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação, como participação popular e inclusão social, foram enfatizados por todos os participantes da mesa de abertura do Seminário O modo petista de governar Projetos bem-sucedidos das Prefeituras Petistas no Estado de São Paulo, que teve início nesta quarta-feira (14/3) na Assembleia Legislativa.
Participaram dessa mesa o presidente estadual do PT, deputado Edinho Silva; o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto; o diretor da Fundação Perseu Abramo, Flavio Jorge; o prefeito de Embu das Artes, Chico Brito representando a coordenação de prefeitos do PT; o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; e a professora Maria Victoria Benevides. O líder da minoria na Assembleia, deputado João Paulo Rillo, foi o mediador desse primeiro debate.
O presidente da Casa, deputado Barros Munhoz, abriu os trabalhos elogiando a iniciativa. Sou testemunha do trabalho sério que o PT realiza nas cidades que governa, afirmou.
Edinho Silva completou lembrando que o PT administra hoje 65 cidades no Estado. Em Diadema, nossa primeira administração municipal, começamos a pensar e formular políticas públicas. Temos conseguido colocar em prática o que para muitos era um sonho, acrescentou Edinho.
Para o presidente estadual do PT, as experiências administrativas nos municípios inspiraram outros governos, inclusive do presidente Lula e, agora, da presidenta Dilma. Edinho acredita que essa seja uma missão do partido. Queremos influenciar também todos aqueles que pretendem governar .
O representante da Fundação Perseu Abramo, Flavio Jorge, falou sobre o trabalho da instituição. Tentamos dar visibilidade a esse acúmulo de experiência.
O prefeito de Embu das Artes, Chico Brito, elencou os três elementos que, para ele, diferenciam o modo petista de governar: os mais necessitados como prioridade, participação popular e o Estado como mediador das relações sociais, promovendo a inclusão. E ainda enfatizou: O modo petista de governar está em construção.
O líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, citou duas experiências inovadoras que o PT implantou na capital paulista: o Bilhete Único, na gestão de Marta Suplicy, e os conselhos populares, na gestão de Luiza Erundina. Desde que colocamos a primeira estrela vermelha em Diadema, as administrações ganharam muito com o modo petista de governar, afirmou Enio.
Democracia da utopia para a prática
Tanto o ex-ministro e pré-candidato Fernando Haddad quanto a professora Maria Victoria Benevides aprofundaram-se no debate sobre democracia. Para Haddad, a democracia não pode ser reduzida ao voto. Para que ela aconteça, há a necessidade da participação efetiva do cidadão. Está na gênese do partido a organização da sociedade. E essa cultura se fortalece quando somos governo, completou o ex-ministro.
Haddad citou o exemplo dado pelo ex-presidente Lula. Ele mostrou como de Brasília é possível governar olhando para todos. Não tem precedente o número de conferências nacionais que foram convocadas nas mais diversas áreas. Antes, achávamos impossível o povo chegar até Brasília. O local inspirou o nacional.
Mas Haddad também lembrou que, apesar de todos os avanços promovidos pelo governo federal, ainda é difícil estendê-los para São Paulo, tanto Estado quando capital. Para ele, é lamentável que interesses políticos se sobreponham e que outros partidos não aceitem a ajuda do governo federal.
A professora Maria Victoria Benevides acredita na política como possibilidade de transformação. Para ela, nortearam os princípios do modo petista de governar a prevalência do interesse público sobre o privado, a transparência e o acesso à informação e à prestação de contas, e a democracia com cidadania ativa.
Sobre esse último princípio, Benevides o classifica como processo pedagógico. Trata-se de educação política para a vida democrática, que se exerce na prática democrática. Nesse sentido, a professora acredita ser fundamental a discussão sobre os recursos orçamentários e elogiou o Orçamento Participativo implantado pelo PT como ferramenta.
O sucesso político-econômico do Brasil nos últimos anos e as classes emergentes foram temas levantados pelos dois expositores. Para Haddad, trata-se de um momento para se cultivar as diferenças e estabelecer uma cultura de paz.
Benevides colocou a participação popular como a única maneira de incluir essas pessoas. Para finalizar, chamou o todo esse processo que é o modo petista de governar de utopia em marcha.
