Ex-governador Serra vai ser citado na CPI do Cachoeira

27/08/2012

Superfaturamento nas obras

O ex-diretor da Dersa, Paulo Petro, convocado para esclarecer suspeitas de superfaturamento, diz ter disposição de afirmar à CPI que José Serra era sua “bússola” na Dersa

Convocado para depor na quarta-feira (29/8) na CPI do Cachoeira, o ex-diretor da estatal paulista Dersa, Paulo Vieira de Souza, avisou a tucanos que dirá à comissão que os seus atos à frente da empresa eram de conhecimento do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). A informação consta em matéria do jornal Folha de S. Paulo (25/8).

Paulo Preto, como é conhecido, foi convocado pela comissão para esclarecer suspeitas de superfaturamento na obra de ampliação da marginal Tietê, uma das principais vias da capital paulista.
A ampliação da marginal era responsabilidade de consórcio liderado pela construtora Delta –empresa da qual o empresário Carlinhos Cachoeira é sócio oculto, de acordo com a Polícia Federal. A obra foi contratada na gestão de Serra (2006-2010).

O engenheiro antecipou a interlocutores a disposição de afirmar que Serra era sua “bússola” na Dersa e que, para comprovar, dispõe de documentos assinados por ele.
Paulo Preto estaria também disposto a admitir que se valeu do trânsito entre empresários para ajudar a arrecadar, de forma legal, recursos para a campanha de Serra à Presidência, em 2010.

Dersa contratou a Delta para as obras da Marginal

O maior contrato da Delta com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo foi com a Dersa para executar a ampliação da marginal do rio Tietê, num total de R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos).

Apesar de condenada por ambientalistas, geólogos e urbanistas, a “Nova Marginal do Tietê” foi anunciada em 4 de junho de 2009, pelo então governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (hoje PSD, na época DEM). Na época, o portal do governo do Estado de São Paulo informava que o obra estava estimada de R$ 1,3 bilhão.

Deputados do PT acionam MPE para apurar irregularidades

Os deputados estaduais do PT João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio Tatto protocolaram, em abril último, representação junto ao Ministério Público Estadual para apuração de possíveis irregularidades e ilegalidade em contratos formalizados pela Dersa com empresas e consórcios para ampliação da Marginal do Tietê.

A representação aponta que entre os consórcios envolvidos está a Nova Tietê, que tem como líder a Delta Construções, empresa envolvida na Operação Monte Carlo, que levou à prisão Carlos Cachoeira, seu sócio oculto.

Os parlamentares citam reportagem veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo que revela que o custo da Nova Marginal ficou em R$ 1,75 bilhão, 75% acima do estimado no primeiro orçamento, em 2008. Daria para construir 300 escolas ou sete hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram gastos com a avenida. E vale ressaltar que, até agora, a obra está incompleta.

*com informações da Folha de S. Paulo e PTAlesp

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