Direitos Humanos
Estamos trabalhando de todas as maneiras para que este crime de tortura não fique impune, declara o deputado Adriano Diogo.
O delegado da Polícia Civil de São Paulo Eduardo Henrique de Carvalho Filho, responsável pela diligência em investigação de extorsão praticada pela escrivã Vanessa Frederico Soller Lopes, disse que o emprego da força física e de algemas foi imprescindível na ação policial que resultou na prisão da então servidora, em junho de 2009.
O delegado, integrante da Corregedoria de Polícia, responsável pela ação, foi ouvido nesta quarta-feira (17/8), pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, presidida pelo deputado Adriano Diogo.
A ocorrência foi gravada em vídeo pela própria Corregedoria. Na ação da equipe, formada por quatro delegados e cinco investigadores e realizada no 25º DP, de Parelheiros, a escrivã foi submetida à revista íntima e despida à força na presença de membros do sexo masculino.
O deputado Marco Aurélio, membro da Comissão, disse ao delgado que corrupção deve ser investigada e combatida, porém ele questionou ao policial que se havia a certeza da corrupção, com testemunhas, se não teria sido desnecessário despir a ex-escrivã. O delegado respondeu que era preciso ter a materialidade da prova.
Diante de reiterados questionamentos dos parlamentares sobre abuso de poder e as conseqüências até psicológicas provocadas pela ação na ex-escrivã, que foi exposta, já que o vídeo foi usado em matéria de TV e está disponível na internet, o delegado, que estava acompanhado de dois advogados, preferiu se manter calado para, segundo ele, não falar em critérios subjetivos.
O delegado alegou, ainda, que em nenhum momento a intenção foi ferir a dignidade de Vanessa e nem expor a intimidade dela. Agi em plena legalidade, diz Eduardo, explicando que foi preciso o uso de força física moderada, legítima, diante dos fortes indícios de autoria de crime praticado pela escrivã.
Em fevereiro deste ano, as gravações foram divulgadas pela imprensa. O caso ganhou, então, repercussão pelas cenas de constrangimento e humilhação sofridos pela escrivã. Ela foi demitida dos quadros da Polícia Civil.
*com informações da Assessorias de Imprensa dos deputados Adriano Diogo e Marco Aurélio
