Tragédia do Metrô
O Ministério Público Estadual denunciou à Justiça, em 5 de janeiro, 13 pessoas consideradas responsáveis pelo desabamento da Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, que matou sete pessoas em janeiro de 2007.
Todos os acusados são funcionários do Metrô ou do Consórcio Via Amarela, nome dado ao grupo de empreiteiras responsável pelas obras. Réus no processo, alguns podem ser condenados a até 4 anos de prisão.
Entre os denunciados estão os engenheiros Fabio Andreani Gandolfo, diretor do Consórcio Via Amarela, e Marco Antonio Buoncompagno, gerente de construção da Linha 4 do Metrô.
O grupo é acusado de ter agido com imprudência e negligência, segundo a promotoria, durante as obras e os envolvidos serão processados por crime doloso – quando o ato é intencional.
A possibilidade dos acusados irem para cadeia diante de uma eventual condenação, no entanto, é remota. Por serem réus primários, as penas devem ser revertidas à prestação de serviços comunitários. Quase todos os denunciados são técnicos responsáveis pela fiscalização das obras.
Existem trocas de e-mail que comprovam que o Metrô exigiu ao Consórcio Via Amarela a aceleração do cronograma de obras, que resultou na mudança do método construtivo, apontada pelo IPT como uma das principais causas pelo desabamento da estação, afirma Simão Pedro.
O deputado não descarta a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa para aprofundar a investigação realizada pelo Ministério Público e que culminou na denúncia dos 13 envolvidos.
Houve sim pressões políticas para acelerar o cronograma. A quem interessava agilizar as obras? Qual a motivação política para aceleração das obras. Precisamos dessas respostas, disse Simão Pedro.
Meses antes da tragédia, o deputado fez uma representação ao Ministério Público pedindo abertura de inquérito para averiguar supostas irregularidades na obra que haviam ocasionado três acidentes menores, anteriores ao desabamento da estação.
O processo originou a ação movida pelo Ministério Público, que culminou na denúncia realizada no último dia 5, apontando os responsáveis pela tragédia. A Bancada do PT tentou instaurar uma CPI para apurar as causas do desabamento e seus responsáveis, mas a base do Governo Serra, ampla maioria na Assembleia, barrou a investigação.
O PT irá acompanhar os desdobramentos da ação na Justiça. Esperamos que nessa fase do processo, a juíza da 1ª Vara Criminal do Fórum Regional de Pinheiros, Margot Chrysostomo Corrêa Begossi, aprofunde as investigações, ouvindo as testemunhas e identificando outros eventuais culpados pela tragédia, afirmou Simão Pedro.
