Audiência Pública
A Assembleia realizou na última terça-feira (03/11) audiência pública para debater a proposta de fusão entre a Sabesp e a EMAE, Empresa Metropolitana de Águas e Energia. A ausência de representantes do governo para debater com a população a proposta foi criticada pelos deputados e sindicalistas presentes ao evento, que contou com o apoio das Bancadas do PT e do PSOL e foi realizado por iniciativa do PC do B.
A política de privatização do Governo Serra e a situação dos funcionários da EMAE após a possível fusão foram as principais preocupações manifestadas pelos representantes dos trabalhadores presentes à audiência.
O deputado Rui Falcão, líder da Bancada do PT, apontou o descaso do governo com estas questões e o desrespeito ao funcionalismo e a leis sancionadas pelo próprio Palácio Bandeirantes, como a que estipula a data-base para o setor.
Enquanto o governo estadual privatiza o patrimônio público e deixa de contribuir para a superação da crise, o governo Lula investe na retomada do papel do Estado e fortalece a Eletrobrás, por exemplo, disse o líder da Bancada do PT.
Já o deputado Adriano Diogo denunciou a intenção da EMAE de implantar a incineração de resíduos na Região Metropolitana de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp. O deputado também destacou a importância da parceria entre o movimento sindical e a sociedade e denunciou o desmonte efetuado pelas gestões do PSDB no Estado.
As críticas à política de privatizações do governo tucano foram consenso também entre os inúmeros sindicalistas presentes à audiência. O setor de saneamento e energia apresentou a proposta de criação de um fórum de entidades que reúna todas as centrais sindicais no Estado.
Desmonte do setor público
Os representantes do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, Gentil Freitas, e da Federação de Trabalhadores Industriais Urbanos do Estado de São Paulo, Wilson Marques, ressaltaram que a luta contra a privatização do serviço público teve início em 1995, quando o PSDB chegou ao governo de São Paulo.
Na época, o então governador Mario Covas assumiu, através de documentos oficiais, que não privatizaria o setor elétrico estadual. Depois de assumir o governo, Covas realizou o oposto do prometido e criou a Programa de Desestatização Estadual, que teve como presidente Geraldo Alckmin.
Jesus Garcia, do Sinergia, o Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo, destacou que a terceirização tem sido a marca dos governos tucanos e a causa da precarização do trabalho, que inclui graves conseqüências como acidentes funcionais, alguns até fatais.
Participaram ainda dos debates Carlos Reis, do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Marcos Duarte, do Sindicato dos Eletricitários da Baixada Santista, Eduardo Annunciato, da Federação Nacional dos Trabalhadores de Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), e Arthur Risso, do Sindicato dos Gasistas de São Paulo.
A próxima reunião do Colégio de Líderes contará com a presença de representantes dos trabalhadores dos setores de energia e saneamento, que vão apresentar suas dúvidas e preocupações em relações a proposta de compra da EMAE pela Sabesp.
