Impeachment
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul abriu, na última quinta-feira (10/09), processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), que é acusada de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. Trata-se do primeiro processo de impeachment aberto contra um governador no Brasil. No dia 22 de maio, José Serra e outras lideranças tucanas assinaram um manifesto em apoio à governadora, que também é alvo de uma CPI e de uma ação no Ministério Público Federal.
A ação contra Yeda baseia-se em investigações da Operação Rodin, realizada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal e que detectou um desvio de R$ 44 milhões no Detran do Rio Grande do Sul. O ex-tucano Lair Ferst, que coordenou à campanha do PSDB ao Governo do Estado em 2006, revelou ao MP que Yeda sabia e se beneficiava amplamente do esquema.
Indiferentes ao escândalo, Serra, Arthur Virgílio e outras lideranças do partido defendem no manifesto a competência e os princípios éticos da governadora do Rio Grande do Sul. Não por coincidência, a estratégia política de Yeda é muito semelhante a do governo paulista: maioria governista na Assembleia para inviabilizar as investigações, economia em políticas públicas e investimento recorde em publicidade.
A base do governo tem 33 dos 55 deputados que integram a Assembléia gaúcha. Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo no dia 11 de setembro, o deputado Adilson Troca (PSDB), que é relator da CPI que investiga os desvios da colega de partido, admitiu que a maioria governista vai determinar o arquivamento do processo de impeachment.
A governadora Yeda Crusius deixa de aplicar recursos em setores essenciais, ou seja economiza quando o assunto é saúde pública, por exemplo. Segundo o Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul gastou em hospitais, remédios e outras ações de Saúde apenas 3,75% da 12% do Orçamento Estadual determinados pela Constituição.
A exemplo de José Serra, Yeda também aposta pesadamente em publicidade. Reportagem publicada em março no Jornal Valor Econômico revela que a governadora reservou R$ 93 milhões para propaganda em 2009, aproximadamente 560% a mais do que a verba publicitária do ano passado. A exemplo de São Paulo, os jornais gaúchos contam com as propagandas oficiais para garantir seus orçamentos.

