Má gestão
A secretária de Estado de Saneamento e Energia, Dilma Pena, admitiu nesta terça-feira (22/6), em reunião da Comissão de Obras e Serviços Públicas, a urgente necessidade de uma melhoria na integração da gestão de drenagem na Região Metropolitana de São Paulo para evitar tragédias como a que aconteceu no Estado em decorrência das chuvas no início do ano.
O deputado do PT Simão Pedro, presidente da Comissão, reforçou a necessidade de integração e acrescentou: Não podemos aceitar que joguem a culpa pelas enchentes na população ou nas prefeituras. O Estado tem que estudar a fundo o problema e, com base nisso, tomar as devidas providências.
Com a finalidade de fazer um balanço do trabalho da secretaria, Dilma Pena acabou focando sua apresentação nas obras antienchentes, e atribuiu as tragédias do início do ano ao aquecimento global e às mudanças nas condições climáticas do planeta. São fatos novos. Obras de drenagem são, em geral, dimensionadas com base em eventos isolados e sua probabilidade de ocorrência. Temos que rever esse conceito, afirmou.
Mas o deputado Simão Pedro a questionou sobre essa imprevisibilidade e também sobre as obras que poderiam ter evitado essas grandes enchentes, principalmente com relação ao desassoreamento da Calha do Tietê, que não foi realizado entre os anos de 2006 e 2008.
Além disso, em dezembro do ano passado, em vistoria com outros deputados, Simão Pedro ouviu de um engenheiro do DAEE que trabalhava no local admitir que, desde o governo Quércia, entre 1987 e 1991, o desassoreamentio do Tietê, entre os bairros da Penha e do Itaim Paulista, não é realizado, o que agravou o alagamento dos Jardins Romano e Itaim.
O mesmo engenheiro confirmou aos deputados que o fechamento das comportas da Barragem da Penha no dia 08 de dezembro, para minimizar o alagamento das Marginais, fez com que a água se acumulasse na região do Jardim Pantanal.
Também teria havido omissão ao alerta enviado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – o INPE -, em outubro, aos órgãos responsáveis pela gestão dos recursos hídricos sobre a elevação do nível dos reservatórios e a previsão de fortes chuvas de verão. Havia recomendações técnicas para a abertura de comportas como forma de evitar as enchentes catastróficas, entre os meses de dezembro e março.
A secretária limitou-se a dizer que as barragens foram operadas de forma correta.
