Mortes em Presídio
Nem bem começou o ano e os noticiários já replicam a morte de 60 presos durante rebelião no Complexo Penitenciária Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O massacre, que começou no domingo, primeiro dia do ano, está sendo considerado o segundo pior da história carcerária brasileira, perdendo para o do Carandiru, quando centenas de homens foram alvejados por forças policiais.
No caso de Manaus, ficará marcada a violência do ocorrido: corpos mutilados, carbonizados e esquartejados . E embora o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, tenha falado que a violência se deu por uma briga entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Família do Norte, do Amazonas, o que fica evidente é a falta de preparo do Estado para lidar com conflitos carcerários, garantindo segurança e integridade dos detentos.
Segundo informações dos Jornalistas Livres, a gestão José Melo criou uma secretaria específica para cuidar dos presídios, a Secretaria de Administração Penitenciária, e contratou consórcio, um contrato de R$ 205,9 milhões, para concedendo ao Consórcio Pamas Penitenciárias do Amazonas, a Umanizzare Gestão Prisional e Serviços e a LFG Locações e Serviços Ltda., administração de cinco unidades prisionais do Amazonas por 27 anos, prorrogáveis até o limite de 35 anos.
Ainda de acordo com apurações dos Jornalistas Livres, a Umanizzare descreveu em seu site a missão que teria no complexo prisional onde ocorreu o massacre:
Em 01 de Junho de 2014, a Umanizzare assume a gestão do COMPAJ com o intuito de empregar diversas práticas e ações já desenvolvidas em outras unidades prisionais geridas por ela e que amenizam a condição de cárcere do detento.
Diante dos fatos, o nome da gestora, Umanizzare, cuja tradução é humanizar, dá vazão a uma grande ironia e faz um convite para que a sociedade pense sobre as consequências da desumanização carcerária.
Imprensa PT Alesp
