Auditoria do Tribunal de Contas aponta superlotação do metrô desde 2009

23/09/2010 14:39:00

Descontrole

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Dados do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) de 2009 demonstram que o Metrô da capital paulista transporta um contingente de pessoas muito acima de sua capacidade. O relatório de auditoria das contas do governo estadual elaborado pelo TCE indica que a Linha 3-Vermelha movimenta diariamente 1,4 milhão de pessoas, o que equivale a 9,6 pessoas por metro quadrado. O máximo estipulado é de seis pessoas.

A Linha 3–Vermelha é a que faz ligação entre as regiões Leste e Oeste da cidade e onde ocorreu a grave pane da última terça-feira (21/9), é a mais crítica, com movimentação de passageiros 60% acima do máximo projetado para o percurso. Na Linha 1–Azul, responsável pela interligação da zona norte com a Zona Sul, o índice é de 8,1 pessoas por metro quadrado, mas o máximo suportado é de seis, no mesmo espaço.

De acordo com levantamento da Liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), esta é a 12ª pane em 2010 e a 34ª desde dezembro de 2007. Em agosto deste ano, o Metrô parou pelo menos cinco vezes e, em setembro, o sistema já passou por cinco panes antes do final do mês. Os dados também mostram que os problemas aumentam nos últimos meses do ano.

Para o líder do PT na Alesp, Antonio Mentor, as panes recorrentes no Metrô paulistano expõem a “fragilidade” do sistema.

No ritmo tucano, SP levará 60 anos para ter a rede do México

  

A superlotação se dá por falta de uma malha metroviária para atender a demanda da sociedade paulista. Ela é muito pequena para uma capital do porte de São Paulo. Os 11 milhões de habitantes da Capital têm à disposição apenas 68,9 quilômetros de linhas de metrô, para transportar diariamente mais de 3,4 milhões passageiros. A cidade do México, por exemplo, tem 201 quilômetros de rede. Pelo ritmo das administrações tucanas, só teríamos uma rede similar em 2070.   

Os tucanos, à frente do governo do Estado de São Paulo, construíram apenas 21,6 Km de linhas do metrô entre 1995 e 2010, o que representa uma média de 1,4 km por ano. É a menor rede metroviária entre as grandes capitais do mundo, com 65,9 km.

A gestão Serra também deixou de investir R$ 1,3 bilhão na expansão da rede de metrô de São Paulo em 2009. Ao todo, estava previsto o gasto de R$ 3,3 bilhões, mas foram aplicados R$ 2 bilhões na ampliação, segundo balanço do Metrô, publicado no Diário Oficial do Estado em abril deste ano. O valor de investimento estava previsto no orçamento 2009, aprovado pela Assembleia Legislativa.

Para a Bancada do PT, a outra face da gestão tucana é o desvio de dinheiro, flagrada na investigação internacional sobre o pagamento de propina para a multinacional Alstom.

O metrô de São Paulo custou R$ 400 milhões/km (aproximadamente US$ 220 milhões/km), segundo informações da própria Secretaria dos Transportes Metropolitanos. No metrô de Madri, foram gastos US$ 42 milhões/km, ou seja, cinco vezes menos que em São Paulo.

*da Redação, com informações

 

 

 

 

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