Pedágios
A deputada estadual Maria Lúcia Prandi aciona o Ministério Público, nesta sexta-feira (27/6), na tentativa de obter a redução do índice de reajuste dos pedágios nas rodovias sob concessão. Majoração de 11,52% está anunciada para vigorar a partir de terça-feira, com base no IGP-M (Índice Geral de Preços ao Consumidor).
O índice corresponde a mais de o dobro do percentual de outros indicadores vigentes no Brasil. É absurdo que se mantenha a transferência de renda dos usuários para as concessionárias das rodovias, cujos lucros subiram de forma exponencial nos últimos anos, protesta a parlamentar.
A utilização do IGP-M está prevista nos contratos de concessão e é contestada pela deputada Prandi. São Paulo já tem os pedágios mais caros do Brasil e o novo reajuste provocará aumentos em cascata em vários setores. Esse novo reajuste corresponde ao dobro da inflação oficial, reitera.
Enquanto o IGP-M atingiu 11,52%, acumulado entre junho de 2007 e maio deste ano, o IPCA (Índice Nacional e Preços ao Consumidor) índice oficial do Governo Federal, ficou em 5,04%.
Outros indicadores também estão bem abaixo. O IPC-FIPE (Índice de Preços ao Consumidor Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) fechou o período em 4,51% e, o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), que reajusta os salários, variou 5,9%.
O IGP-M é geralmente utilizado quando os itens em questão acompanham a variação cambial. Como os custos das concessionárias têm por base o real, não se justifica a adoção desse indexador, contesta a deputada.
Prandi lembra que, na campanha para o Governo do Estado, o hoje governador José Serra prometeu rever o uso do IGP-M para reajuste dos pedágios. Como nada aconteceu e estamos na iminência de um novo reajuste, apelo ao Ministério Público na tentativa de uma solução definitiva.
Levantamentos apontam que, no período entre 1988, ano em que teve início o processo de concessão das rodovias, e o ano de 2007, o IGP-M e as tarifas do pedágio subiram 199%. Enquanto isso, o IPCA subiu 95% e o INPC teve variação de 98%. Há uma flagrante distorção, incidindo diretamente no bolso do consumidor, repudia a parlamentar.
Prandi frisa que a maioria das mercadorias é transportada por via rodoviária e tem seus preços aumentados quando os pedágios sobem. Há o encarecimento do valor dos fretes e dos bens de consumo. Quem sai ganhando são as concessionárias, que ostentam lucros astronômicos, enfatiza.
Há outro agravante, segundo Prandi: em 2006, o Governo do Estado prorrogou os contratos de concessão, alegando a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro das concessionárias. Em alguns casos, os contratos, considerados leoninos pela deputada, foram prorrogados por 10 anos.
