PT São Paulo
Os vereadores Antônio Donato, presidente municipal do PT, e José Américo, líder da bancada do partido na Câmara Municipal, divulgaram uma nota na última terça feira (9/3) em que associam a crise da candidatura de José Serra a partir do crescimento de Dilma na última pesquisa do Datafolha e da recusa de Aécio Neves de aceitar a candidatura a vice aos ataques desferidos por setores da imprensa ao PT.
Segue texto na íntegra.
O resultado da última pesquisa Datafolha, que apontou crescimento da pré-candidata petista, Dilma Roussef, deflagrou uma crise na candidatura da oposição tucana.
Depois de navegar durante meses em águas tranqüilas, como líder absoluto das pesquisas, José Serra perdeu a sua condição de favorito e a maioria dos analistas passou a considerar a candidata de Lula como a mais provável vencedora. O vigor de sua candidatura é demonstrado por uma leitura mais atenta da própria pesquisa, feita por seus coordenadores e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, que reconhece a existência de uma parcela considerável do eleitorado que deseja votar no (a) candidato (a) de Lula, mas que, por falta de informação, ainda não sabe quem o presidente apóia.
A reação desesperada dos tucanos ao buscar apoio
A operação Bancoop, baseada na reativação de uma história antiga e que até agora sequer motivou denúncia do MP à Justiça mostrou uma bem orquestrada articulação de alguns setores da imprensa com o pedido de uma CPI na Assembléia Legislativa.
Os tucanos e seus aliados ofereceram uma demonstração de como vão trabalhar na disputa eleitoral deste ano. O objetivo não é só desgastar o PT para obter dividendos eleitorais como também de atacar conquistas do povo brasileiro, além de desarticular e criminalizar os movimentos sociais, numa prévia do que fariam caso voltassem a governar o Brasil.
O editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira ( 09/03) traduz o plano belicoso contra Dilma e o PT urdido pelos articuladores da candidatura de Serra. Pela lógica do editorial, que processa, julga e condena sem direito de defesa, o PT é o partido da bandidagem. Trata-se de uma peça de ataque altamente partidarizada, estranha a um espaço jornalístico, mesmo se tratando de uma página de opinião, pela quantidade de grosserias, manipulação e inverdades ali contidas.
Não estamos diante de um suposto revezamento democrático ( como aconteceu com a chegada de Lula ao Planalto, sem revanchismos ou caça às bruxas) mas de um movimento que pretende a destruição das organizações sociais e do próprio PT, caso a oposição viesse a vencer as eleições de outubro. Montagens grotescas como esta que acabamos de presenciar estão entre as armas mais usadas pelos setores conservadores neste tipo de luta. Afinal, estão acostumados a manipular, caluniar e desqualificar os seus opositores quando os seus privilégios são ameaçados.
A estratégia eleitoral desta turma, que integra o núcleo dirigente do bloco conservador que sustenta a candidatura Serra, será combinar a guerra suja baseada em operações como a da Bancoop com proclamações conciliatórias, marcadas pelas promessas de manter o que foi bom e melhorar o que não foi tão bom assim; além de cínicas bajulações ao mito Lula.
Protestamos contra este exemplo de campanha suja que compromete e atrapalha o processo democrático em nosso país. O Brasil experimentou um avanço extraordinário nos quase oito anos de governo Lula e ao povo brasileiro interessa debater propostas e soluções que possam dar continuidade ao seu trabalho. Ou, no caso daqueles que discordam, é desejável que apresentem as suas, para que o povo democraticamente possa fazer a sua escolha.
* Antônio Donato, Vereador e presidente do Diretório Municipal do PT de São Paulo
* José Américo, Vereador e líder da bancada do PT da Câmara Municipal de São Paulo
